sábado, maio 03, 2008

Margarida e as Rosas
Memórias antigas
Tempos houve em que a Margarida foi dona de um jardim.
E nesse jardim floresciam rosas a cada Primavera.
Rosas brancas, rosas vermelhas, rosas amarelas e rosas cor-de-rosa.

Mas os Tempos mudaram,
como sempre tudo muda na vida da Margarida.
Foi-se o jardim.
Foram-se as rosas.
Hoje, a Margarida tem rosas imortais espalhadas pela casa.

Rosas na cama.
Rosas nas loiças.
Rosas nos tapetes.

Rosas brancas. Harmonia.
Rosas vermelhas. Paixão.

Rosas amarelas. Alegria.
Rosas rosas ! Coração!


(E ainda aquelas rosas em fundo negro , que lhe povoam a Alma. Mas eu desconfio que a Margarida também usa uns óculos de lentes cor-de-rosa, os quais lhe permitem ver a Vida com mais Luz. Serão os olhos da Poesia? Feliz Margarida, às vezes tão criança ainda!)



sexta-feira, maio 02, 2008



Margarida e a janela

Havia, naquela janela, qualquer coisa de misterioso e místico. Margarida, só há mil vidas, procurava adivinhar a sombra, que passearia do lado de lá da cortina, os títulos dos livros repousando nas velhas estantes de madeira, umas mãos quentes prometedoras de carícias, talvez a película de um antigo filme ou quiçá a voz quente do Bécaud...

Havia, naquela casa, um enorme ponto de interrogação.

Margarida, detentora da chave dos Sonhos diluídos, portadora das palavras e das marés nocturnas, senhora dos números e das alquimias, escutava a voz do vento bailador por entre as flores.

______________________E sorria!